Este Site localiza-se em : http://www.vbruno.net/escola/Ides/
Tema: A POPULAÇÃO E OS RECURSOS A NÍVEL MUNDIAL
A POPULAÇÃO E OS RECURSOS A NÍVEL MUNDIAL
A POPULAÇÃO E OS RECURSOS A NÍVEL MUNDIAL , UMA DISTRIBUIÇÃO IRREGULAR
Quando o homem apareceu na Terra , há cerca de 1,3 milhões de anos , não poderia imaginar-se que um simples predador errante iria transformar-se no " Grande Senhor " do Planeta .
Seguindo a tradição de que a Natureza existe para o seu aproveito , o Homem tem utilizado os recursos naturais conforme as necessidades e possibilidades de cada época , Porém , a explosão demográfica a indústria moderna , muitos dos recursos naturais estão a beira de esgotamento .
O estudo da população alcançou nos últimos anos um grande desenvolvimento , criando mesmo uma ciência autónoma : a demografia .
Demografia : é a ciência que estudo todos os aspectos estatísticos respeitantes à dimensão e estrutura da população , procurando prever a sua evolução .
É muito importante saber o número de pessoas que existe num determinado espaço ( cidade , país ou Terra ) , assim como é útil conhecer a evolução demográfica de uma dada região , ou seja , é importante caber se a população de determinada área apresenta um ritmo de crescimento acelerado ou reduzido .
A evolução da população resultou não só da relação entre a taxa de natalidade e a mortalidade , mas também do número de pessoas que entraram e saíram do continente .
Natalidade número de nascimentos ocorridos, durante um ano , numa dada região .
Mortalidade número de óbitos ocorrido , durante um ano , numa dada região .
Taxa de natalidade número de nascimentos ocorridos , durante um ano , em 1000 habitantes .
T.N. = __N__ * 1000
P
N _ natalidade ;
P _ população total .
Taxa de mortalidade número de óbitos ocorridos , durante um ano , em 1000 habitantes .
T.M. = __M__ * 1000
P
Taxa de crescimento natural é a diferença entre as taxas de natalidade e mortalidade .
T.C.N. = T.N. – T.M.
Esta pode ser positiva , nula ou negativa , consoante a taxa de natalidade é , respectivamente , superior , igual ou inferior á taxa de mortalidade .
Saldo fisiológico ou crescimento natural é a diferença entre a natalidade e a mortalidade durante um ano e numa dada região .
C.N. = N – M
Porém , quando nos referimos a população do nosso Planeta , o seu crescimento demográfico depende unicamente do comportamento das taxas de natalidade e de mortalidade .
A dinâmica que decide o volume de população a nível mundial é muito simples : se a natalidade é mais elevada do que a mortalidade , a população regista um aumento , mas , se a mortalidade é maior do que a natalidade , o volume da população diminui .
A CONTAGEM DOS EFECTIVOS POPULACIONAIS
Durante muitos séculos o total da população mundial foi muito reduzido . Porém o mesmo não se pode dizer da actualidade .
A população do nosso Planeta ultrapassou os 5 mil milhões em 1987 e aproximar-se-á dos 6 mil milhões no ano de 2000 .
Como se terá determinado o número total de pessoas existentes na Terra ?
A contagem dos efectivos populacionais de uma determinada área é feita através dos recenseamentos .
O que são recenseamentos ?
Recenseamentos são inquéritos , realizados às populações , que têm por fim , não só a contagem dos indivíduos , mas também a recolha de outros dados possíveis de quantificação que permitam conhecer composição da população de um país ou de uma região .
Texto nº1
Em épocas recuadas os governos interessavam-se pelas contagens da população , não por questões cientificas , mas por razões fiscais ou militares Há cerca de 5000 anos os faraós procediam já a recenseamentos regulares .Bastante mais tarde , no final da Idade Média , a igreja católica começou a realizar os registos de baptismo , de casamento e de óbito .Actualmente , é através dos recenseamentos que se conseguem as principais estatísticas demográficas .Os recenseamentos fornecem periodicamente uma espécie de fotografia da estrutura e do estado de uma população .As questões que se colocam a nível de censos dizem respeito , não somente à idade , ao sexo , ao estado civil , à profissão , ao agregado familiar , mas também ao lugar de nascimento , ao grau , de instrução , à língua materna , à nacionalidade , à religião , aos rendimentos , á habitação , etc. .O primeiro recenseamento de tipo moderno foi o da Suécia , em 1749 . Depois estendeu-se aos EUA em 1790 e, posteriormente , à Europa , à Ásia e à América do Sul .Em Portugal , só a partir de 1864 temos informações que nos garantem um conhecimento exacto , ou pelo menos com pequena margem de erro , da sua população .
Actualmente , os recenseamentos realizados nos países ricos e desenvolvidos são bastante exaustivos , com questionários que nos dão informações muito variadas .Os resultados destes recenseamentos têm uma margem de erro mínima .O mesmo não acontece nos países pobres ou em vias de desenvolvimento , onde a falta de meios técnicos , económicos e humanos , leva a que o resultado dos recenseamentos sejam menos seguros .
A EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO MUNDIAL
Com base nas informações dadas pelos diferentes recenseamentos , foi possível conhecer o total aproximado de habitantes existentes na Terra em diferentes momentos. Estes totais permite-nos analisar a evolução da população mundial ao longo dos tempos .
__ até ao século XVIII , assiste-se a um crescimento muito lento ;
__ do século XVIII até aos anos 40 do nosso século , verifica-se um ritmo de crescimento da população relativamente rápido ;
__ na actualidade ( principalmente a partir de meados do nosso século ) , assiste-se a um crescimento muitíssimo rápido .
Para que a população mundial atingisse o valor de 250 milhões , foram necessários vário milhares de anos o que se verificou apenas no início da era cristã . Somente em 1600 se atingiram os 498 milhões de habitantes , ou seja , foram necessários cerca de 16 séculos , para que o efectivo da população do início do séc. I duplicasse .
Porém , nos dias de hoje , os 5.400 milhões de habitantes da Terra duplicam de 30 em 30 anos .
A SITUAÇÃO DEMOGRÁFICA NA ACTUALIDADE
Foi a partir de meados do século XX que a população mundial mais aumentou .
Em 1950 , o nosso planeta contava com 2.500 milhões de habitantes , enquanto hoje ultrapassa os 5.500 milhões.
É este crescimento demográfico tão rápido que se designa de explosão demográfica .
Mas nem todos os países contribuem para este crescimento de igual modo .
O crescimento demográfico nos países industrializados ( desenvolvidos ) é diferente do dos países pobres ou em vias de desenvolvimento ( P.V.D. ) .
Sendo assim podemos concluir que :
FASES DE CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO - O MODELO DA
Ao longo da história o crescimento da população tem variado de uns países para os outros , dependendo das condições económicas , sociais , culturais , etc. .. Para se melhor está desigual evolução demográfica , podemos analisar um modelo muito simples que é conhecido por
" teoria da transição demográfica " .
__ O 1º estádio é normalmente designado de regime demográfico primitivo ou fase pré-industrial ;
__ O 2º estádio é designado de transição e apresenta duas fases __ uma , com regime demográfico jovem , e outra , com regime demográfico maduro ;
__ Finalmente , o 3º estádio corresponde a um regime demográfico envelhecido .
1º Estado
Regime primitivo
A situação pré-industrial caracteriza-se por um pequeno crescimento da população , compatível com os fracos recursos alimentares disponíveis .
A taxa de natalidade é muito elevada , frequentemente superior a 35º/ºº ; mas a taxa de mortalidade é também bastante alta . A esperança média de vida não excede os 40 anos de idade .
As altas taxas de natalidade correspondem a uma fertilidade bastante elevada . Calcula-se que cada mulher tinha , em média , 5 a 6 filhos . No entanto , a mortalidade infantil era elevadíssima .
As oscilações bruscas da mortalidade evidenciam o escasso controlo que estas sociedades exerciam sobre o meio natural e como ficam sem recursos face às catástrofes naturais , às epidemias ou às más colheitas .
Cada momento de crise ( guerra , fome ou epidemia ) traduzia-se num decréscimo da população .
Pode assim dizer-se que existe um equilíbrio entre a natalidade e a mortalidade , de modo que o crescimento natural era bastante lento ou estacionário .
2º Estado
Fase de transição
Neste estádio define-se um equilíbrio entre a natalidade e a mortalidade. As mortes baixam drasticamente e a sua precede a dos nascimentos , determinando , numa 1º etapa , um grande crescimento natural .
Este estádio pode subdividir-se em dois momentos :
No primeiro ( regime jovem ) , a mortalidade desce rapidamente , enquanto que a natalidade se mantém com nível ainda elevado .
3º Estado
Regime envelhecido
Nesta fase , tanto a natalidade como a mortalidade apresentam níveis muito baixos .
A limitação dos nascimentos coloca a taxa de natalidade a níveis inferiores a 15º/ºº pela abundância da população madura e envelhecida ; a mortalidade pode Ter tendência a subir , pelo que o crescimento natural resulta, em alguns anos , negativo .
Nesta situação a população está em perigo de " extinção " , a manter-se a baixa natalidade .
Fecundidade corresponde ao número de filhos que uma mulher pode Ter ao longo do seu período de fertilidade .
Esperança média de vida número médio de anos que uma pessoa tem probabilidade de viver .
Depois de analisadas as várias fases da evolução demográfica , coloca-se-nos uma questão :
Qual a validade deste modelo quando aplicado a diferentes áreas geográficas ?
Embora a 1º fase do modelo de transição demográfica , ( regime primitivo com uma estabilidade demográfica ) , tenha permanecido até ao início do séc. XX em vastas áreas do planeta , actualmente limita-se apenas a grupos humanos reduzidos que vivem em áreas bastante isoladas.
De uma maneira geral , até os países mais pobres se encontram na 2º fase do modelo , ou seja , naquela em que se regista uma descida gradual da mortalidade , como resulta da difusão de medicamentos e do controlo sobre a mortalidade infantil .
Contrariamente , os países da Europa , os E.U.A , o Canadá e a Austrália encontram-se numa situação demográfica que corresponde à 3º fase do modelo de transição ( fase madura ) , ou já numa situação próxima do 4º estádio , isto é , as taxas de crescimento natural são bastante baixas ou mesmo negativas .
A maioria dos países desenvolvidos terminou o seu período de transição demográfico .
Desde de algumas décadas o crescimento demográfico em muitos países da Europa é bastante fraco , encaminhando para o zero.
Ao analisarmos o quadro , constatamos uma diminuição da natalidade a nível mundial .
Porém surgem ainda grande diferenças entre os vários continentes e regiões .
Enquanto o continente africano apresentava , em 1991, uma taxa de natalidade de 44º/ºº , a Europa registava apenas 13º/ºº .
A diminuição da natalidade na maioria dos países desenvolvidos está relacionada com a descida da fecundidade natural .
Taxa de fecundidade número anual de nascimento por 1000 mulheres que possuem de15 a 49 anos .
A fecundidade natural corresponde ao número de filhos que uma mulher pode ter ao longo do seu período de fertilidade .
Com efeito , a acentuada diminuição da fecundidade , nos países da Europa Ocidental , tornou-se incapazes de renovarem as suas gerações .
Para que uma geração seja renovada por outra , é necessário que cada mulher tenha mais do que dois filhos.
As taxas de natalidade variam muito a nível mundial , porque os condicionalismos internos e externos que se fazem sentir em cada país são , por vezes , muito diferentes .
Assim , por exemplo , em 1991 , a Alemanha tinha uma taxa de natalidade de 9,6º/ºº , enquanto o Niger ( país de África ) atingia os 52º/ºº .
À escala mundial , podem três tipos de situações :
Os portugueses estão a ter menos filhos
Os portugueses detêm actualmente um dos mais baixos índices
de fecundidade do mundo não ultrapassando a média de 1,5 filhos por mulher .
Em 1981 , este índice situava-se em 2,1 filhos por mulher , valos considerado como o limite máximo para que as gerações se renovem . Por este motivo , Portugal , num período de 10 anos , deixou de ser uma das reservas demográficas da Europa , o que justifica os resultados preliminares dos Censos 91 , feitos pelo INE , em que revelam um fraco crescimento da população portuguesa , não atingindo os 10 milhões .
É caso para perguntar será que deixamos de valorizar a família ?
Jornal Semanário 6/12/91
A MORTALIDADE VARIA NÃO SÓ NO TEMPO MAS TAMBÉM NO ESPAÇO
Enquanto nos países desenvolvidos a mortalidade veio a descer progressivamente desde do séc. XIX , nos países em vias de desenvolvimento a descida é bastante mais rápida e data de a cinquenta anos .
O quadro representa a evolução
Das taxas de mortalidade desde 1950 em diferentes regiões do mundo .
A conclusão mais imediata que podemos tirara da análise do referido quadro é a diminuição
da mortalidade em todas as regiões
dos vários continentes .
À semelhança do que acontece com a natalidade , a mortalidade varia também de país para país .
À escala mundial , podem distinguir-se três áreas , de acordo com o índice de mortalidade :
Em alguns países de África as taxas de mortalidade são ainda superiores a 20º/ºº . As principais causas destas mortes são as epidemias e as doenças do tipo infeccioso
( tuberculose , meningite , tifo , malária , etc. ) , a subalimentação e a desnutrição e , por fim , a falta de higiene e a ignorância .
Alguns países , sobretudo em anos de grande secas , defrontam-se com o espectro da fome , que resulta em catástrofe . Recorde-se por exemplo o que tem ocorrido na Somália , em Moçambique , em Angola e na Etiópia , nos últimos anos , onde se registou uma subida vertiginosa do número de óbitos em consequência da seca e da guerra civil .
A MORTALIDADE INFANTIL E A ESPERANÇA MÉDIA DE VIDA
O mapa representa a distribuição da mortalidade infantil em 1990 :
A taxa de mortalidade infantil é a razão entre o número de óbitos com idade inferior a um ano e o número de nados vivos ocorridos durante um ano numa dada região . Este quociente multiplica-se por 1000 .
Morre uma criança com menos de 1 ano em cada sete horas
No decorrer do ano de 1990 morreram em Portugal 1.279 crianças com menos de um ano de vida , o que significa dizer que sete crianças perderam a vida em cada 48 horas .
Portugal tem sido dos países a conseguir " melhorar mais rapidamente " em termos de mortalidade infantil , havendo apenas dois locais que " andaram mais depressa" ; Hong-Kong e o Koweit .
De qualquer modo , ainda , temos os piores números da CEE . Aliás , se conseguíssemos fazer baixar a nossa taxa de mortalidade infantil de 10.9 para 5 __ apresentada por " países modelos " como a Finlândia e o Japão __ isso significaria " poupar " seis crianças em cada mil , ou seja , duas por dia .
A mortalidade infantil foi outrora elevadíssima ( entre 300 a 400 por 1000 ) e influenciou de forma notável o índice geral da mortalidade e , consequentemente , o crescimento da população . Hoje as taxas de mortalidade infantil são bastante baixas na Europa Ocidental , nos E.U.A e no Japão , mas mantêm-se ainda muito elevadas nos países do Terceiro Mundo .
Sempre se deu muita importância à taxa de mortalidade infantil , porque ela exprime directamente a situação económica e social de um país .
Em 1920 , Portugal tinha uma taxa de mortalidade infantil próxima dos 200mil , contra os 10,9 em 1991 .
Apesar de está taxa ser a mais elevada dos países da União Europeia , a sua redução foi bastante rápida nos últimos 30 a 40 anos .
Outro índice demográfico de grande interesse é a esperança média de vida ao nascer .
A esperança média de vida traduz o número médio de anos que uma pessoa tem possibilidade de viver , quando nasce .
Através do mapa da distribuição geográfica da esperança média de vida , podemos concluir que existem grandes diferenças a nível mundial.
Se a maioria dos países
desenvolvidos apresenta
uma esperança média de vida superior a 70 anos , o mesmo não acontece com os países de África , da América Latina e de alguns Estados da Ásia , onde a esperança média de vida é , normalmente , inferior a 50 anos .
CONSEQUÊNCIAS DOS DIFERENTES REGIMES DEMOGRÁFICOS
Para se melhor conhecer como se distribuem os totais de jovens , de adultos e de velhos numa dada população , recorre-se a um gráfica que se assemelha a uma pirâmide e que , por esse motivo , é designado por pirâmide de idades ou etária .
Pirâmide etária __ Representação gráfica da população , por idade e sexos .
Os diferentes aspectos que as pirâmides de idades apresentam são o resultado da proporção do número de jovens , de adultos e de velhos na população total .
Uma população crescente ( país jovem ) apresenta uma pirâmide com base larga e topo em bico . Um país com um regime demográfico jovem caracteriza-se por Ter uma proporção alta de jovens e uma baixa percentagem de pessoas idosas .
Uma população estacionária ( ou população madura ) tem uma pirâmide em forma de bolbo , isto é , quase tão larga na base como no centro superior . A proporção de jovens não é muito elevada , mas a percentagem de adultos e de velhos é alta .
Uma população decrescente ( população envelhecida) corresponde a uma pirâmide em forma de urna . A proporção de jovens é inferior à dos adultos e á dos velhos .
Uma população rejuvenescente apresenta uma pirâmide em forma de A de espadas , ou seja , assiste-se a um aumento das classes etárias mais jovens .
Nível etário __ conjunto de indivíduos cujas idades se inserem em intervalos que , geralmente , se consideram de 5 em 5 anos .
ESTRUTURAS DEMOGRÁFICAS ENVELHECIDAS
Os países desenvolvidos apresentam , na actualidade , um crescimento demográfico moderado ou , em certos casos , uma estagnação ou mesmo um decréscimo da população .
A consequência é um envelhecimento geral da sociedade , onde a proporção de pessoas idosas ultrapassa os 12º/º da população total , enquanto a proporção de jovens com menos de 15 anos é normalmente inferior a 20º/º do total .
O envelhecimento da população , na maioria dos países da Europa ocidental , deve-se a :
__ um aumento da duração média de vida que chega a ultrapassar os 73 anos de idade ;
__ uma diminuição da natalidade , que provoca um déficit de jovens , e, consequentemente , um envelhecimento da população .
Quais as consequências demográficas , sociais e económicas do desenvolvimento da população de um país?
O fenómeno do envelhecimento de uma população acarreta uma série de consequências , algumas delas nefastas :
__ ocasiona um aumento constante de idosos que já não estão em condições de produzir __ são somente consumidores que a colectividade tem de manter ;
__ diminuindo a percentagem de população activa , está vê-se obrigada a uma maior contribuição para a segurança social ;
__ faz com que a sociedade tenda para um conservadorismo com a consequente falta de dinamismo ;
__ diminui a capacidade de consumo em consequência do envelhecimento , o que tarde ou cedi pode provocar um retrocesso na economia dos países .
Para por fim ao envelhecimento será necessário que os casais tomem consciência desta situação perigosa e que os diferentes governos fomentem uma eficaz política natalista .
PAÍSES em vias de DESENVOLVIDOS
ESTRUTURAS DEMOGÁFICAS JOVENS
Países | População com menos de 15 anos | População com mais de 65 anos |
Cuba |
35% |
9% |
Guatemala |
49% |
4% |
Honduras |
50% |
3% |
Jamaica |
45% |
6% |
México |
46% |
4% |
Nicarágua |
50% |
3% |
Panamá |
40% |
6% |
Salvador |
48% |
3% |
Na maioria dos países em via de desenvolvimento , os jovens com idades inferiores a 15 anos representam cerca de 45% da população total , e , em alguns países da América Central e de África , atingem os 50% . Em oposição , as pessoas com mais de 65 anos representam , normalmente , menos de 6% da população
Ao contrário dos países da Europa , o México manifesta:
Um predomínio de população Jovem;
Uma percentagem reduzida de população idosa
Uma esperança media de vida pouco elevada.
O que mais ressalta da análise da pirâmide de idades da México é a sua base bastante larga , traduzindo uma elevada percentagem de população jovem .
O elevado número de jovens existem nos países em vias de desenvolvimento (África , Ásia e América Latina) está relacionado com a grande pobreza das populações .
Nestes países , as crianças não são consideradas como um encargo para os pais . Pelo contrário , elas contribuem ,desde muito cedo , para o sustento da família , trabalhando no campo ou na cidade como vendedores de jornais , engraxadores , ou simplesmente como mendigos.
Um país , cuja população apresenta uma elevada percentagem de jovens , tem de enfrentar uma série de problemas com educação e com a formação das crianças e dos adolescentes , o que implica realizar investimentos públicos consideráveis .
Um estudo da ONU sobre os problemas demográficos em setenta países, revela que só dezassete desses estados se esforçam , verdadeiramente por baixar os índices de natalidade.
O objectivo de qualquer política demográfica consiste em actuar sobre os efectivos populacionais , tendo em conta certos objectivos económicos e sociais .
Como disse João Paulo II :" Qualquer política demográfica deve respeitar e promover a dignidade e os direitos fundamentais das pessoas e da família " .
Para que uma política demográfica seja eficaz , não deve apenas incidir na contenção ou no aumento da natalidade , mas deve também incidir sobre os processos sobre os processos de desenvolvimento económico e procurar uma distribuição equitativa da riqueza .
O crescimento da população tem sido desde há muito , objecto de variadas tomadas de posição .
Não é de estranhar , por isso , que o problema de crescimento da população tenha motivado o desenvolvimento de diferentes teses ou doutrinas demográficas . Estas teorias orientam-se segundo duas vertentes opostas __ uma , de carácter optimista ( populacionista ou natalista ) , que afirma que todo o crescimento da população é bom pois traz consigo um desenvolvimento económico ; outra , pessimista ( Anti-natalistas ou antipopulacionista ) ,que afirma que as taxas de crescimento elevadas levam a fome e à miséria .
Do mesmo modo , os governos , de acordo com a situação sócio-económicas que atravessavam , tomam posições e medidas que podem influenciar a natalidade .
Enquanto uns defendem a contenção dos medicamentos , outros há que optam por políticas de incentivação à natalidade , proibindo o aborto concedendo benefícios económicos e sociais as famílias numerosas .
As Políticas Anti-natalistas
A necessidade de diminuir os nascimentos
Desde do final do séc.XVIII e , principalmente , ao longo d o séc. XIX , ocorreu na maior parte do mundo ocidental uma grande mudança demográfica que se traduziu num aumento considerável da sua população .
Um dos primeiros autores que se preocupou em analisar as repercussões deste rápido aumento de população foi o inglês T.R. Malthus .
THOMAS ROBERT MALTHUS foi um pastor protestante e um economista inglês que viveu entre 1766 e 1834 . Segundo a sua teoria o rápido crescimento demográfico concorria para uma crise de fome do mundo , pois as taxas de crescimento natural aumenta em progressão geométrica e a produção de alimentos em progressão aritmética .
Na sua obra " Ensaios sobre o princípio da população " , escrita em 1798 , expressava-se da seguinte forma :
" ... afirmo que a capacidade de crescimento da população é infinitamente maior que a capacidade da Terra para produzir alimentos parar o homem .
A população , se não encontra obstáculos , aumenta em progressão geométrica . Os alimentos , pelo contrário , aumentam somente em progressão aritmética .
Basta compreender as mais elevadas noções de números para poder apreciar a enorme diferença a favor da primeira destas duas forças .
Para que se cumpra a lei da natureza , segundo a qual o alimento é indispensável à vida , os efeito destas duas forças tão desiguais devem ser mantidas ao mesmo nível ... " .
Nos finais do séc. XIX , está polémica perdeu interesse , porque o ritmo da população Ocidental diminuiu consideravelmente devido a descida das taxas de natalidade dos países industrializados . As previsões de Malhtus não se concretizaram .
Porém , a partir da Segunda Guerra Mundial , os países em vias de desenvolvimento registam uma grande alteração no comportamento demográfico , equivalente ao que se deu na Europa durante o séc. XVII e XIX . O Terceiro Mundo apresenta agora uma descida brusca das taxas de mortalidade como consequência da utilização de meios médicos e químicos vacinas , antibióticos , etc. ) .
O desaparecimento de muitas doenças infecciosas contribuiu para aumentar ainda mais as taxas de natalidade nestes países , ao eliminar , entre outras as muitas mortes de mulheres parturientes .
Esta nova situação demográfica dos países em vias de desenvolvimento voltou a despertar os seguidores das ideias de Malthus . Os neomalthusianos colocam de novo a necessidade de controlar o aumento da população .
Porém , o mundo em vias de desenvolvimento está muito dividido quando á aplicação de uma política que conduza a redução das taxas de natalidade .
A Ásia é o continente em que tais políticas foram aplicadas mais cedo e com maior sucesso , como testemunham os exemplos da China , Filipinas, Indonésia e Índia .
As políticas levadas a cabo pela América Latina têm tido resultados pouco espectaculares . em maior atraso encontra-se o continente africano , onde a maioria dos países não possui uma política demográfica e qualquer propaganda para a limitação dos nascimentos é entendida como uma iniciativa ocidental .
Ao contrário da maioria dos países da América Latina e de África , outros países há que são a favor de uma limitação dos nascimentos . Estão nesta situação os dois grandes países asiáticos – China e Índia – onde governos procuram transformar a mentalidade dos seus povos promovendo grandes campanhas Anti-natalistas .
TEXTO N.º 2
A política demográfica da China .
A política demográfica Chinesa favorece o filho único e desencoraja fortemente o 2º filho . Esta política apoia-se , simultaneamente , no atraso dos casamentos e no uso de meios e técnicas contraceptivas .
Paralelamente , cria uma série de instrumentos que favorecem a redução da natalidade , tais como :
__ educação e cuidados gratuitos para o filho único ;
__ pensões mais elevadas para os pais do filho único ;
__ prioridade na atribuição de emprego ou de habitação para os casais com um só filho .
Contrariamente , são aplicadas sanções para aqueles que tenham dois ou mais filhos , tais como :
__ diminuição do salário dos pais ;
__ limitação ao sistema de cuidados materno-infantis ;
__ agravamento dos bens necessários para o 2º filho .
Na Índia desenvolveram-se , nos últimos anos , grandes campanhas no sentido de reduzir as taxas de natalidade . Anualmente são gastas enormes quantias em propaganda a favor do planeamento familiar , como mostram muitos dos cartazes fixados pelas ruas
Com apenas dois filhos .
Nestes país , os gastos em planeamento familiar ocupam desde há alguns anos o 2º lugar no orçamento e , pouco a pouco , vai aumentando o número de casais que praticam o controlo . Em 1991 , quase 2.800.000 indivíduos de ambos os sexos submetiam-se a operações de esterilização , respondendo a campanha de planeamento familiar . Apesar disso a população indiana passou de547 milhões de habitantes em 1971 para 688 milhões em 1981 e para 790 milhões em 1991 .
As Políticas Natalistas
O receio de envelhecimento exagerado da população
A Europa Ocidental , é actualmente , uma região envelhecida , onde a renovação da população nem sempre se realiza .
A maioria dos países da Europa Ocidental regista valores tão baixos na sua natalidade que já não consegue renovar as suas gerações .
Estes países estão ameaçados de declínio e envelhecimento das suas populações . Se a tendência continuar , dentro de algumas décadas teremos uma Europa transformada em asilos de velhos , onde o número de idosos ultrapassará o número de crianças .
Face está situação , muitos dos governos dos Estados europeus desenvolvem políticas Natalistas , ou seja , desenvolvem medidas que promovem a subida das taxas de natalidade .
Na França , por exemplo , o governo , desde de alguns anos , tem vindo a desenvolver medidas que levam ao aumento do número de filhos por casal : melhoram-se os abonos de família e outros benefícios sociais e reduzem-se os impostos às famílias com maior número de filhos .
Situação idêntica verifica-se também noutros países europeus .
Governo Francês paga ordenado às mães que tenham três filhos
Preocupado com a queda progressiva da taxa de natalidade no país , Governo da França não se poupa a iniciativas para aliciar os cidadãos a aumentarem as suas famílias , tendo , neste âmbito , acabado de anunciar que pagará durante três anos , um ordenado as mães que se decidam a Ter um terceiro filho .
Já anteriormente , o Governo aprova uma série de medidas fiscais que favoreciam os casais e as famílias numerosas .
O plano para estimular os nascimentos , anunciado pelo ministério da Saúde e da Família , tem como objectivo tentar seleccionar o problema demográfico , que tem sido alvo de preocupação , não só deste governo , como de anteriores , que também puserem em marcha vários planos para incentivar o aumento da natalidade , com campanhas de sensibilização .
A DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO MUNDIAL
Nem todas as regiões do nosso continente estão igualmente povoadas . Há locais que estão desabitados , como por exemplo as altas montanhas ou certas áreas muito frias das regiões árcticas , enquanto certas regiões urbano-industriaias do centro e do oeste europeu apresentam elevadas concentrações demográficas .
Á semelhança da Europa , a distribuição da população mundial faz-se também de forma muito desigual .
Quando nos referimos ao modo como uma população se encontra distribuída pelos diferentes lugares da Terra , usamos a expressão densidade da população , que expressa o número médio de habitantes por cada quilómetro quadrado .
Assim quando se diz que a densidade populacional em Portugal Continental é de 105 habitantes por Km , significa em Portugal há em média 105 habitantes numa área correspondente a um quadro com 1 Km de lado . Sendo uma média , isto quer dizer que há áreas onde vivem menos de 105 pessoas e outras onde esse número é largamente ultrapassado .
A densidade média mundial é de 39,7 hab./Km ( excluindo a Antárctida ) . Porém , este número esconde enormes diferenças .
Como se explica que o hemisfério Norte seja mais povoado que o hemisfério Sul ?
De entre os factores que explicam essa oposição é de salientar que a maior parte do espaço continental está no hemisfério Norte . Por outro lado , muitas da terras do hemisfério Sul só foram descobertas e colonizadas há dois ou três séculos , o que justifica , em parte , as fracas concentrações em vastas áreas do continentes africano , Sul americano e australiano .
As grandes cadeias montanhosas são ambientes repulsivos á fixação humana.
AS GRANDES CONCENTRAÇÕES DEMOGRÁFICAS OPÕEM-SE ÁS ÁREAS DE VAZIOS HUMANOS
Metade da humanidade vive em menos de 10º/º das terras emersas , concentrando-se em três grandes e antigos focos demográficos :
__ a Ásia Oriental , onde cerca de ¼ dos habitantes ocupa apenas 4º/º da s terras ;
__a Ásia Meridional , onde 21º/º da população 0cupa 3º/º das terras ;
__a Europa do Noroeste , onde 7º/º da população ocupa 1,5º/º das Terras .
Pode ainda salientar-se a existência de outros focos de forte densidade , embora de menor importância .
Assim , são considerados como focos demográficos secundários o N.E. dos E.U.A , o Vale do Nilo , o Próximo Oriente e certas ilhas da Indonésia como Java .
Em oposição a estes focos de concentração demográfica , encontramos vastas áreas de reduzida ou mesmo nula fixação humana .
As áreas de vazio humano coincidem , normalmente , com ambientes muito pouco favoráveis à fixação do homem .
As principais áreas de anecúmena estão relacionadas com condições físicas adversas . O Alasca e o Canadá , a partir do paralelo de 65º , e a zona árctica da Rússia , apresentam temperaturas média por volta dos 0ºC . As neves e o gelo duram durante todo o ano .
O frio cria os ambientes mais hostis e repulsivos , impedindo , quase por completo , a ocupação humana . A imensa Antárctida é um deserto gelado e a Gronelândia não possui mais de 60.000 habitantes.
Os desertos do Sara , da Arábia , do Gibi , da Namíbia , da Austrália , entre outros encontram-se praticamente desabitados .
No Amazonas , Congo , Bornéu e Nova Guiné , o homem encontra um ambiente tão repulsivo que é praticamente impossível a criação de gado e a agricultura .
Os Andes , os Himalaias e , de uma maneira geral , as altas cordilheiras são áreas escassamente povoadas .
OS FENÓMENOS MIGRATÓRIO E AS SUAS CONSEQUÊNCIAS
Tão antigos como a história da Humanidade , os fenómenos migratórios ocorrem na estreita independência de factores políticos e socioeconómicos
Tara-se de um fenómeno multifacetado e pode variar em função :
__ do espaço __ internas ou internacionais ;
__ da forma __ forçada ou voluntárias ;
__ da duração __ temporárias ou permanentes ;
__ e da relação com o tempo de acolhimento __ legais ou clandestinas .
Nas sociedades contemporâneas , a maior parte dos movimentos migratórios tem subjacente motivações económicas . Mas , a instabilidade política , as guerras e as disputas territoriais por diferentes etnias , assumem , também , um papel de destaque .
Num cenário em que algumas áreas « crescem muito e outra não crescem » , tendendo mesmo para o crescimento zero , e , em que umas são ricas e outras muito pobres , os movimentos migratórios assumem um papel de grande relevo .
É um facto que as disparidades existentes entre os chamados « países pobres », associados a permanência de importantes bolsas de pobreza nestes últimos , tem conduzido a uma forte apetência pela deslocação de pessoas dos países pobres em direcção aos países industrializados .
Todavia , os impactes decorrentes da intensificação do processo são múltiplos e diversificados .
Nas regiões de partida , a saída de elevados contigentes populacionais , geralmente pertencentes às classes etárias mais jovens , contribui para um população . Consequentemente , acentuam-se os desequilíbrios entre as regiões mais densamente povoadas e as de menor densidade populacional .
Nas regiões de chegada , os migrantes vão contribuir para o aumento da população de uma dupla forma . Por um lado , com a sua própria chegada e , por outro lado , pelo contributo que irão dar ao nível das taxas de natalidade e de fertilidade .
Quando analisados sob o ponto de vista espacial , as migrações podem ocorrer no espaço nacional , concretizadas nos movimentos cidade-campo , ou no espaço internacional , quer de dentro do próprio continente , quer para fora dele .
Nas migrações internas , são as grandes cidades que atraem volumoso contigente de população rural que até elas se deslocam na expectativa de encontrar melhores condições de vida . Sobretudo nos países em vias de desenvolvimento , estas cidades apresentam ritmos de crescimento populacional muito elevados , os quais só dificilmente são acompanhados pelos desejado desenvolvimento económico .
- Se queres o contínuo desta HomePage faz o download !