REIS DE PORTUGAL , MONARQUIA PORTUGUESA

Terceira Dinastia


Filipe II (I de Portugal)

    Nasceu em Valladolid a 21 de Maio de 1527 e faleceu no Escorial a 13 de Setembro de 1598. Rei de Portugal desde 1581 até 1598, era rei de Espanha desde 1556. Filho do imperador Carlos V e de D. Isabel de Portugal, casou em1543 com D. Maria, filha de D. João III, que, contudo, viria a falecer dois anos mais tarde, ao dar à luz o príncipe D. Carlos. Casou em segundas núpcias com Maria Tudor, rainha de Inglaterra (1554), em terceiras núpcias com Isabel de Valois, e, pela quarta vez, com D. Ana Maria de Áustria, que lhe viria a garantir a sucessão com o nascimento de Filipe III.
Depois da morte de D. Sebastião, na batalha de Alcácer Quibir, subiu ao trono o Cardeal D. Henrique que, desde logo, solicitou aos pretendentes ao trono de Portugal que apresentassem por escrito os seus direitos. Eram pretendentes D. Catarina de Bragança, D. António, Prior do Crato, e Filipe II de Espanha. D. Catarina seria a predilecta de D. Henrique e D. António Prior do Crato o predilecto do povo. Apesar de tudo isto, Filipe II conseguiu os apoios da nobreza e do clero nas Cortes de Almeirim. O povo, no entanto, ansiava por um monarca português, mas após a morte de D. Henrique (31-01-1580) apenas D. António se opôs a Filipe II, proclamando-se rei. Porém, as suas tropas foram derrotadas por um exército enviado por este último.
As Cortes portuguesas reunidas em Tomar (15-04-1581) declararam Filipe II rei de Portugal, com o título de Filipe I de Portugal, jurando manter todos os foros, privilégios, usos e liberdades que existiam em Portugal até então. Manteve-se em Portugal durante dois anos, ao fim dos quais regressou a Madrid, deixando a governar o seu sobrinho, o cardeal Alberto da Áustria.
Durante este reinado, Portugal sofreu as consequências das animosidades entre Espanha e Inglaterra. Como retaliação a medidas tomadas por Espanha para prejudicar o comércio inglês, por diversas vezes foram atacados por corsários ingleses portos das nossas costas e outras possessões portuguesas. O episódio mais célebre deste período foi o da Invencível Armada, que teve um trágico fim no Canal da Mancha. Filipe II teve também problemas quando os Países Baixos se revoltaram contra Espanha. Ao tempo da sua morte, Filipe II não pudera impedir os progressos da Inglaterra e dos Países Baixos na competição marítima e comercial.
Filipe II realizou em Portugal uma notável obra na administração pública, e, em Espanha, mandou construir o palácio do Escorial e transferiu em 1563 a capital de Espanha para Madrid.

O Prudente
18.º Monarca
Reinado: 1581 - 1598
1527 - Nascimento de D. Filipe em Valladolid.
1580 - Invasão de Portugal por parte de D. Filipe, logo após D. António, prior do Crato, ter sido aclamado rei pelo povo.
1581 - As Cortes de Tomar declaram Filipe II rei de Portugal, com o título de Filipe I de Portugal.
1583 - Entrega do governo ao sobrinho, o cardeal Alberto, e consequente partida do rei para Madrid.
1588 - Derrota da "Armada Invencível" pelos ingleses, no Canal da Mancha.
1595 - Compilação de todas as leis existentes no reino.
1598 - Morte de D. Filipe I de Portugal.


Filipe III (II de Portugal)

    Nasceu em Madrid a 14 de Abril de 1578 e faleceu, também em Madrid, a 31 de Março de 1621. Filho de Filipe II e de D. Ana de Áustria, subiu ao trono a 13 de Setembro de 1598. Casou em 1589 com Margarida de Áustria, filha do arquiduque Carlos e da princesa Maria da Baviera.
Ao contrário de seu pai, não possuía qualidades de governante. Confiou o governo ao duque de Lerma, que se manteve no poder até 1618, altura em que foi substituído pelo duque de Uceda. Reconheceu, em 1609, a independência das Províncias Unidas, após uma longa guerra que vinha já do reinado anterior. Apesar do desaire anterior, conseguiu a paz com a França, após a morte de Henrique IV, através do casamento da infanta D. Ana de Áustria com o novo rei Luís XIII; graças a este casamento conseguiu também o casamento do futuro Filipe IV de Espanha com a irmã de Luís XIII, a princesa Isabel de Bourbon.
Em Portugal manteve-se, durante este período, a monarquia de tipo dualista. O monarca deslocou-se a Lisboa em 1619, tendo reunido Cortes gerais. O seu reinado ficou, contudo, marcado pelo aumento da recessão económica, agravada por um conjunto de medidas que ainda mais a acentuaram. O rápido regresso do monarca a Espanha, em finais de Setembro do mesmo ano de 1619, sem responder aos capítulos das Cortes e sem atender ao voto do Conselho de Estado, fez aumentar ainda mais o desentendimento entre Portugal e Espanha.

O Pio
19.º Monarca
Reinado: 1598 - 1621
1578 - Nascimento de D. Filipe em Madrid.
1598 - Subida ao trono com o título de Filipe II de Portugal.
1599 - Ocupação do nordeste do Brasil pelos holandeses.
1603 - Publicação das Ordenações Filipinas.
1604 - Ataque dos holandeses à fortaleza de Moçambique.
1608 - Nascimento do Padre António Vieira, prosador e orador.
- Nascimento de D. Francisco Manuel de Melo, escritor e dramaturgo.
1609 - Conquista de Ceilão pelos holandeses.
1614 - Primeira edição da Peregrinação.
1617 - Expulsão dos portugueses do Japão, pelos holandeses.
1619 - Cortes de Lisboa onde o filho do rei é reconhecido como o herdeiro do trono.
1621 - Morte de D. Filipe II de Portugal.


Filipe IV (III de Portugal)

    Nasceu em Valladolid a 08 de Abril de 1605 e faleceu, em Madrid, a 17 de Setembro de 1665. Filho de Filipe III e de D. Margarida de Áustria subiu ao trono a 31-03-1621. Do segundo casamento de Filipe IV com D. Maria Ana de Áustria nasceu, entre outros, o príncipe Carlos, que haveria de herdar o trono com o título de Carlos II de Espanha.
Entregou, logo após a sua subida ao trono, o governo ao duque de Olivares. Este manteve-se no poder ao longo de 25 anos, governando muitas vezes à revelia do próprio rei. Na segunda metade do seu reinado, Filipe IV esteve muito mais empenhado no exercício pessoal do poder.
Durante o tempo de reinado de Filipe IV a política europeia foi marcada pela influência dos cardeais Mazarino e Richelieu, que procuraram quebrar a hegemonia de Espanha na Europa. Foi também neste período que se reacendeu a guerra da Espanha com as Províncias Unidas. Apesar de todas as medidas de Filipe IV, o poderio da Holanda tornava-se cada vez maior, como o demonstra a criação da Companhia das Índias Ocidentais (1621). Não é de estranhar, portanto, o interesse dos holandeses pelo Brasil, que levou à conquista da Baía em 1624 e de Pernambuco em 1630. Um pouco mais tarde, os Ingleses apoderaram-se também da Ilha da Jamaica.
A tirania do governo do duque de Olivares foi, sem dúvida, uma das causas das revoltas na Catalunha e em Portugal. O descontentamento dos portugueses tinha levado já o duque a colocar à frente do governo de Portugal a duquesa de Mântua, sendo secretário desta Miguel de Vasconcelos. Contudo a um de Dezembro de 1640 estalou a revolta em Lisboa, tendo rapidamente alastrado à província. A 15 do mesmo mês de Dezembro foi coroado D. João como rei de Portugal. Filipe IV procurou ainda impedir a revolução, entrando numa longa guerra com Portugal que apenas terminou em 1668.

O Grande
20.º Monarca
Reinado: 1621 - 1640
1605 - Nascimento de D. Filipe em Valladolid.
1621 - Coroação sob o título de Filipe III de Portugal.
1622 - Tomada da fortaleza de Ormuz, pelos ingleses.
1624 - Conquista da Baía, no Brasil, pelos holandeses.
1625 - Recuperação da Baía por uma esquadra luso-espanhola.
1634 - Ocupação da Paraíba, no Brasil, pelos holandeses.
- Expulsão dos portugueses da Etiópia.
1637 - Revolta do "Manuelinho" que, desenrolada em Évora, representa um dos maiores símbolos de resistência ao domínio filipino.
1638 - Tomada de Arguim pelos holandeses.
1640 - Revolução do 1.º de Dezembro que termina com o governo dos espanhóis.
1665 - Morte de D. Filipe IV de Espanha.